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  • Foto do escritorAna Paula Batista

Existe vida além do Instagram

Atualizado: 20 de out. de 2021



Não precisa ficar muito tempo no instagram pra esbarrar com alguém, normalmente criador de conteúdo, reclamando do aplicativo e seu algoritmo. Ou ainda falando sobre exaustão de redes sociais. Em um grupo de empreendedoras do qual participo (alô Colab!), essa pauta surge dia sim, dia não. Ou seria dia sim, outro também?


Com a pandemia, muitas marcas viram no mundo digital uma forma de sobreviver, crescer ou se reinventar. Todo mundo no mesmo espaço. Oportunidade de mostrar aquilo que fazemos pra muita gente. Também cresceram as oportunidades de aprender pela internet com uma explosão de cursos, consultorias e mentorias online. Distância não é mais o limite, o que é incrível! Ampliou-se a possibilidade de ter aulas com pessoas de qualquer lugar do mundo, pela tela do computador ou do celular.


Com isso também vieram enxurradas de profissionais para ensinar como se destacar diante de tanta oferta. Podemos chamar de gurus do marketing? Lições sobre como ganhar seguidores, aumentar engajamento, realizar vendas, pipocavam por todos os lados.


Agradar o algoritmo e jogar o jogo do aplicativo se tornou rotina de empreendedores que buscam seu lugar ao sol. É preciso ter constância, é preciso aparecer, é preciso se posicionar. É preciso. Tem que postar todo dia, de preferência mais de um post por dia. Tem que fazer Reels. Tem que postar Stories a cada duas ou três horas. Tem que colocar enquete no início da manhã. Tem que abrir caixinha de perguntas. Ah… e ainda tem que fazer live!


Não vou questionar que essas técnicas e fórmulas funcionem. Tenho certeza que sim. Também não vou criticar a rede social que, a propósito, adoro e da qual faço parte desde seus primórdios. Como eu não ia gostar de uma rede social de fotografias? Pelo menos essa era a ideia inicial, até o Instagram querer competir com outras redes.


Acontece que fui cansando. E cansando não somente de produzir conteúdo, mas também de receber tanto estímulo. Percebi que estava gastando mais tempo do dia pesquisando, escrevendo, produzindo conteúdo pro instagram do que me dedicando às bases do meu negócio, seja na parte estratégica de entender como o meu fazer podia impactar outras pessoas, pensar e repensar sobre o que move o meu fazer e para quem eu quero direcionar minha comunicação, seja me alimentando com inspirações ou mesmo estudando para aperfeiçoar a minha fotografia. E isso pra fazer um post que era entregue a pouquíssimas pessoas da minha audiência e mal durava dois dias aparecendo por ali pela linha do tempo. Isso não estava fazendo o menor sentido.


Amo falar sobre o meu trabalho, sobre mim, sobre o que me inspira, sobre as transformações que venho buscando pra minha vida. Amo falar sobre as coisas aleatórias que me interessam e alimentam. Só que tem hora que cansa falar sem saber se tem alguém ouvindo. Aí vinha uma vozinha lá dentro “tudo bem se você não postar nada hoje… é só o seu sonho que está em jogo e que vai demorar mais pra se realizar”. Você já ouviu algo parecido? Talvez uma fala prima-irmã da famosa “se você quer, você consegue” e suas variações. Ou eu espremia pra ver se saía alguma coisa ou ficava mal, me chicoteando por achar que estava me sabotando. Estava ficando ansiosa, triste e sem conseguir aproveitar sequer meus momentos de descanso. Nessa de agradar algoritmo, a saúde mental vai pro saco.


Foi necessário parar pra respirar e só então mergulhar. Mergulhar nos meus desejos, medos, feridas, na minha história. Eu sei que talvez você não aguente mais ouvir o clichê de que autoconhecimento é o caminho, mas posso te dizer pela minha experiência que enquanto não separamos e entendemos o que é nosso e o que é do outro, ficamos dando “murro em ponta de faca”, como sabiamente diz minha mãe. Precisei voltar alguns passos e entender o que me move, o que eu quero, o que eu não quero, quais transformações eu estava buscando para minha vida, para minha carreira, para meu olhar.


Não fiz essa jornada sozinha. Tive mulheres maravilhosas caminhando comigo, de mãos dadas apesar da distância. Com elas, aprendi que temos que nos dar o tempo de criar e o tempo de agir. Equilibrar nossas energias masculina e feminina, presentes em todos nós. Aprendi que sou cíclica como a lua e que da mesma forma que tenho movimento de expansão, preciso do movimento de recolhimento. E saber que eu não preciso me chicotear por isso foi mais precioso que abraço em tempos de isolamento social.


Tenho também um companheiro incrível, sempre disposto a ouvir minhas ideias, a aguentar meus momentos de euforia e aqueles nem tão cheios de energia assim. Sempre ao meu lado, me apoiando em todas as decisões e me lembrando que a vida pode ser mais leve.


Nesse período de respiro de redes sociais e também de muito estudo, muita troca, voltei para minhas metas. Reavaliei as prioridades e alinhei novamente a rota. Recomecei a caminhada, um passo por vez. Sempre é tempo de voltar e ajustar caminhos! A intersecção entre duas metas me fez direcionar a energia para um projeto que eu queria retomar: Alma Nua. Um projeto lindo de ensaios femininos que estava adormecido e agora ganha uma camada mais terapêutica, unindo minhas formações e na direção do que venho traçando como metas de médio prazo.


Escrevi projeto, criei site, fiz nova curadoria de fotografias, me fotografei, estudei, conversei com muitas pessoas, fotografei mulheres, ajustei propostas. Em paralelo, continuei fotografando grávidas, famílias, bebês, empreendedores, flores, paisagens, bastidores de curso, produtos, minhas gatas e o que mais me afetasse. Dei até uma mini consultoria de negócios para uma iniciante no mundo do empreendedorismo. Comecei a especialização em Arteterapia, o que me trouxe novos colegas e tem me trazido muitos estudos, novas experiências e me provocado muitas palavras. Tenho estudado um pouco sobre aromaterapia, o que pode parecer muito aleatório, mas tem a ver com os ensaios. Estou me preparando para a formação de um grupo arteterapêutico e me adaptando a uma mudança de casa.


Sim, existe vida além do Instagram. Se você também está exausta, experimente olhar à sua volta. Aquele olhar demorado, curioso, encantado.


Não vou largar a rede social, mesmo porque eu gosto de compartilhar minhas fotografias e palavras, conversar com as pessoas que me acompanham, ver Reels de gatinhos. Só que a energia investida por lá não será a mesma de antes. Estarei por lá quando eu sentir que tenho algo a compartilhar e não mais no ritmo do algoritmo. Não vou fazer dancinhas apontando para textos no ar, como o aspirante a tik tok quer.


A partir de agora, estou voltando pra casa. Vou investir mais nessa casinha aqui que é um espaço meu. E agora um espaço novinho, todo reformado. Quero que você se sinta muito à vontade por aqui, pra chegar quando quiser, com boas conversas e cheiro de bolo saindo do forno.


Não hesite em me escrever nos comentários, por e-mail ou pelo whatsapp. Desejo muito que esse seja um espaço de trocas, de conexões verdadeiras. É assim que a gente caminha: juntos.


Claro que não poderia faltar fotografia nesse post! Vou mostrar um pouquinho do que andei fotografando nesse respiro do Instagram.






























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